sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Don't Panic

Ok. Imagino que aqueles que vieram aqui uma primeira vez tenham desistido, há algum tempo, de encontrar um post novo. Peço desculpas. Às vezes, mesmo que as coisas mudem completamente na sua vida e você tenha um novo mundo inteiro para descobrir, a falta de algumas coisas pequenas podem te derrubar. E como são pequenas essas coisas! Tão pequenas que, quando elas estavam ali presentes todos os dias, nem se notava a presença delas.
Acredito que, ao longo da sua vida, seja você uma criança ou um idoso, as coisas que te proporcionam felicidade vão se tornando cada vez mais imperceptíveis, como se fosse algo natural, como um costume ou uma mania. Ah o costume de ser feliz!
Não que a felicidade não exista às vezes, ele tem formas distintas, é mutante. E sua forma mais marcante vive constantemente dentro das pessoas como um parasita voraz, que devora seus sonhos e ilusões e com isso vai crescendo. E quanto mais cresce, mais sonhos e ilusões deseja e mais força ganha, nos impulsionando sempre para frente para seguirmos com menos esforço, como se estivéssemos sobre rodas nos caminhos das nossas vidas.
É rapaz, ser feliz é o que há. Então, se não pode ser feliz agora, trabalhe em coisas que futuramente te trarão felicidade ou senão, logo, só poderá olhar pra trás.

La xarxa

Comecei um curso de Castellano há duas semanas. É um curso informal já que a presença não é obrigatória e os professores não são pagos pelas aulas que dão. Então, você deve estar se perguntando, como isso pode funcionar? É simples: esse curso, assim como muitos outros (de idiomas, música, arte e até de "felicidade"), faz parte de um programa da Casa da Cultura aqui de Castelldefels chamado xarxa ou intercâmbio de conhecimentos.
É basicamente isso, ensinar e aprender em troca. Mas se você, por acaso, não tem nada de produtivo para compartilhar? Não é problema! Ensine o inútil, como jogar cartas por exemplo.
Minha professora de Castellano, uma das pessoas mais doces que conheci aqui até agora, dá aulas de Castellano básico para mim, uma senhora russa, um rapaz do Senegal e um suposto paquistanês (suposto já que nunca o vi até então). Em troca, ela aprende Inglês médio. Já meu outro professor também de Castellano, que dá aulas de conversação, aprende Japonês na mesma classe que meu namorado Jonathan que, se houvessem interessados, daria aulas de Português básico, assim como eu. Essa é a dinâmica da xarxa. No entanto, se você não se sente a vontade para ensinar nada, pode se inscrever e se comprometer com alguns pequenos serviços sociais, como ler para um cego ou acompanhar um idoso até o médico, mantendo assim a relação "dar e receber" do programa.
Percebi que, assim como eu, muitos imigrantes procuram os cursos da xarxa já que, além de serem gratuitos, essas pessoas trazem com elas conhecimentos de seus países de origem como a língua, a arte e a dança para compartilhar.
Fico feliz em participar da xarxa, aprender e conhecer as pessoas envolvidas. Esse é meu novo e único hobby educativo, pelo qual criei carinho e admiração.

* Deixo aqui a minha música preferida de uma banda espanhola chamada Macaco (hehehe).

Besos, hasta pronto! ;)




4 comentários:

  1. "É basicamente isso, ensinar e aprender em troca." Porque eu acho que isso nunca funcionaria no Brasil ? :(
    Eu no seu lugar ia passar o dia inteiro lá, aprendendo e ensinando coisas inúteis só pra passar o tempo xD

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  2. Eu queria que tivesse isso no Brasil.
    Embora tenha um pensamento meio egoísta para não funcionar.
    Tenho certeza que vc vai aprender e ensinar o que puder.

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  3. Sim, é fantástico! E mesmo que não envolva dinheiro, sabe, as pessoas levam a sério.

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  4. Achei legal esse negocio de troca! Muito interessante

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