Entretanto, em dois momentos da minha vida eu me senti totalmente imune a desvanecer naquelas palavras cantadas e arrastadas por melodias mais diversas e igualmente catárticas. Na verdade, é mais correto dizer que me sinto imune, visto que um dos momentos é agora: acho que nunca estive mais vazia de amor. Não é por completo uma coisa ruim, existem outras coisas que podem preencher uma pessoa. Coisas essas que podem até valer mais a pena, vale acrescentar. Lembro-me, também, de ter me sentido imune aos efeitos de uma boa música melancólica ou uma boa baladinha romântica quando meu nível de conformismo dentro de uma antiga relação havia alcançado seu ápice. É um efeito estranho, um dilema introspectivo. Você não está apaixonado o bastante pra sentir aquela pontadinha no coração, porém está conformado demais para admitir que seria até bom chorar pela sua situação. Mais estranho ainda é só perceber isso depois quando, vasculhando minhas lembraças, posso rever tudo em terceira pessoa.
É um bom momento, me arrisco a dizer. Não tenho mais raivas para fomentar, nem amores para alimentar. Pode mandar até a "Sozinho" do Caetano, que a única coisa que sentirei é frustração por ter perdido meu violão no bar e, consequentemente, não ter começado a aprender a tocar. Estou mais pra histeria de um heavy metal e pro clima freak das fotografias da Diane Arbus.

Não tenho nenhum escudo na mão, está mais pra um spray de pimenta.
Catártica, ta ai uma palavra que eu não conhecia!
ResponderExcluirQuanto ao post, nem tenho muito o que dizer, você já disse tudo. Acho que foi seu melhor post. Parece que você tem a mesma propensão que eu, de escrever bem em fases mais... difíceis, digamos assim...
[PUTA QUE PARIU MALDITO BLOGSPOT]
ResponderExcluirEu não concordo tanto com o João. Acho que nós não devemos nos privar dos sentimentos que são expressos pelas outras pessoas. Por maior que seja a dor ou ressentimento que nós estejamos sentindo não podemos fazer com que isso seja uma barreira, mesmo que automatica, para o que esteja ao nosso redor. Negar o sentimento é a mesma coisa que abdicar das coisas simples e bonitas que aparecem ao nos relacionar. O que nos diferencia dos animais é justamente essa capacidade de percepção além do que é instintivo. Não estou dizendo que você deve amar a todo instante, tendo sempre um para elevar a um pedestal, mas sim que, na minha humilde opinião, a alegria inerente à Larissa é uma coisa que não pode se perder nas desilusões que a vida apresenta. A grande chave da questão é qual peso e qual medida você dá para essa percepção, para o sentimento que se nutre e que é absorvido. Estar bem consigo não necessariamente demanda uma abstração do que chamamos "ingenuamente" de coração. A abstração do coração é uma enganação assim como o dito pela maioria como amor. Apenas viva, mas sempre se deixando viver.
[o outro texto que eu fiz tava muito melhor, mas enfim... acho que dá para entender]
Eu não estou me privando e nem negando nada. Só não sinto aquele amor, sabe que amor é né? Não é a pior coisa do mundo e não tenho pressa. Compaixão, simpatia, afeto ainda não me faltam ^^.
ResponderExcluirEu não concordo com ninguem.
ResponderExcluirAcho que você deve parar de viadagem e sair comigo pra ouvir um Metal brabo.
Eu concordo comigo rum!
ResponderExcluirFicar só é uma maneira de ver porque o sentimento tem que existir mas não é tão ruim assim, lógico que há dias que sentimos tanta falta de ter alguém que viramos o cão porém é passageiro e vemos nos outros uma nova forma de abrigo, nos amigos, nos familiares ou até mesmo na própria solidão. Só no fique assim pra sempre e nem se acostume (é a pior parte)
bjs
(eu li O Adeus - brigada)
http://introspectivu.blogspot.com/2009/04/ii.html
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